Última homenagem na ALESP
Rolando Boldrin morreu nesta quarta-feira, aos 86 anos, em São Paulo. Cantor, ator, compositor e apresentador de enorme contribuição para a cultura no Brasil, Boldrin estava internado no Hospital Albert Einstein havia dois meses.
Rolando Boldrin será velado na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. A causa do falecimento não foi informada.
Boldrin deixa uma enorme biografia, em vários campos da cultura e da arte. Uma longa biografia, com atuações das mais notáveis na música, dramaturgia e apresentando programas na Globo e TV Cultura.
Será sempre lembrado como a voz de um Brasil do interior, muitas vezes esquecido pela mídia.
“Sr. Brasil”
Rolando Boldrin tem uma história de mais de 60 anos na televisão. Apresentou o programa musical “Sr. Brasil” por 17 anos, na TV Cultura. Como o próprio programa se apresentava, tinha como conceito apresentar a arte de cada lugar do Brasil.
Na apresentação, poesia, interpretação e música se misturavam na atuação de Boldrin.
Assim, Boldrin apresentava um programa em “prosa e verso”, como o próprio dizia. Com decoração de peças de artesanato de regiões diversas do país, mostrava nomes da música sertaneja que estavam longe dos holofotes da mídia mainstream.
O próprio Rolando Boldrin apresentava alguns de seus sucessos no Sr. Brasil.
Na televisão, ainda apresentou os programas “Som Brasil” na TV Globo, além “Empório Brasileiro” na TV Bandeirantes e “Empório Brasil” no SBT. Na TV Cultura, estava à frente do “Sr. Brasil” desde 2005, afastando-se para cuidar de sua saúde.
Rolando Boldrin foi também grande ator
Rolando Boldrin também fez notável carreira na teledramaturgia. Como ator, atuou em mais de 30 novelas, em sua longeva carreira.
Atuou no sucesso “O Direito de Nascer” (1965), “As Pupilas do Senhor Reitor” (1970), “Os Deuses Estão Mortos”, “Quero Viver”, “Mulheres de Areia” (1973), dentre várias outras. Boldrin também trabalhou no cinema, com os filmes “Doramundo” (1978), “O Tronco” (1999) e “O Filme da Minha Vida” (2017).
Segundo a nota da Fundação Padre Anchieta, lamentando sua morte, Rolando Boldrin teve na dramaturgia o cerne de sua carreira. Na nota da fundação que administra a TV Cultura, diz Boldrin costumava repetir que era fundamentalmente um ator: “esse tem sido meu trabalho a vida inteira; radioator, ator de novela, de teatro, de cinema, um ator que canta, declama poesias e conta histórias”.
Boldrin como músico
Na música, Rolando Boldrin gravou 174 obras de diversos estilos musicais ao longo de 60 anos de carreira.
”Eu, a viola e Deus’ também foi um grande sucesso. Ela foi interpretada por Rolando Boldrin, sendo lançada em 1994, no álbum ‘O Som da Terra’.
“Chico Mulato” é um de seus maiores sucessos, também lançada em 1994. Trata-se de uma vasta e rica carreira, que merece todas as lembranças e homenagens.